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dcpv – da cachaça pro vinho – cozinhando para amigos. só amigos.

número 279
28/12/10

dcpv – Cozinhando para amigos. Só amigos.

Sabe aqueles dias em que você não está com muita inspiração?
Sem vontade de escrever, sem vontade de cozinhar e, heresia, sem vontade de comer?

Pois esta foi a maneira como esta terça-feira começou. Pensei em cancelar a reunião do dcpv já que seria a última do ano e não estava previsto jantar nenhum nesta data.

Aí eu dei uma bela olhada na minha biblioteca gastronômica e lembrei do livro que o Jorge e a Sueli nos deram quando do 1º ISB: o excelente Cozinhando para Amigos da Heloisa Bacellar (editora DBA).

Começa pela ideia genial pra transportá-lo pra qualquer lugar: ele tem alças (é quase igual ao livro-mesinha do Kramer)! rs

E nada mais compatível com a nossa confraria do que o motivo do livro. Cozinhando para Amigos. É isto!

“A minha vida é cozinhar – acho emocionante, intrigante, lindo, delicioso, divertido, relaxante e muito mais. Quando estou triste, eu faço um  bolo e quando estou feliz, eu faço vários. A paixão é tamanha que já contagiei muita gente que nem sonhava em pisar numa cozinha e que hoje ali se diverte. Respiro receitas desde criança e a verdade é que quando não estou cozinhando, experimentando ou inventando, estou lendo alguma coisa ligada ao assunto. Acima de tudo adoro a sensação de proporcionar momentos de prazer aos que estão ao meu lado”

Taí. Heloisa, você me inspirou.

À cozinha, então.

Bebidinha –  Meia de futebol.

Um coquetel maluco que o Déo adaptou. Whisky canadense, menta e sorvete de creme. Pode chamar também de sundroga! rs

Entradas – Salada marroquina de cenouras e Bolo de batatas com ervas.

O livro tem a seguinte característica: todos os capítulos indicam um menu pra situações especiais. Desde alguma data especial (Natal, Ano Novo, Dia dos Pais, das Mães) até ocasiões como dias quentes, dias frios, no campo, etc.
Eu acabei escolhendo (pela categoria dos personagens) o menu requintado.

E entre as receitas, estava esta da salada marroquina de cenouras.
São cenouras cortadas em rodelas e reservadas.

Doure ligeiramente amêndoas numa frigideira grande e reserve.

Pegue a mesma frigideira com um fio de azeite, junte as cenouras, 1 pitada de sal, o suco de laranja, cominho, canela em pó e deixe no fogo até secar e as fatias começarem a dourar.

Junte vinagre de xerez mais um pouco de azeite, espere amornar, acrescente coentro a gosto e sirva.

Já pro bolo, faça uma base com cebola dourada ligeiramente na manteiga.

Junte numa tigela estas cebolas, ervas picadas (a gosto), ovos batidos, parmesão ralado, sal, pimenta e purê de batatas.

Aqueça o forno a 180ºC, unte forminhas médias com manteiga, coloque uma folha de alguma erva (salsinha, sálvia, coentro, etc) no fundo delas e encha-as com a mistura.

Asse por uns 45 minutos.

Juntei as duas e ficamos com a impressão que estávamos em Marrakesh!

Harmonizei com um espumante perfeito, o Anna de Codorniu que foi “celebration, marilia pera de codorniou, clara sagui, cocha secca”, segundo os requintados amigos.

Principal – Frango assado com tomilho, manjericão, sálvia, alho e limão e Risotto de castanhas.

Esta receita do frango eu tirei do capítulo “Varanda” onde a Heloisa tem a ideia de “levar as mesas e as cadeiras pra varanda e servir um almoço bem descontraído lá fora, com a natureza por perto e um arranjo de flores e ervas num regador”.
Pra fazê-lo basta colocar uma assadeira untada no forno com 4 dentes de alho, 1 limão cortado em 4, ramos de tomilho e folhas de sálvia.

Prepare o frango, cortando a sua (do frango!) coluna vertebral e force pra que ele fique chapado (plano! rs).

Com cuidado, solte a pele do peito e das coxas e polvilhe com sal, pimenta e distribua algumas folhas de sálvia.
Regue com suco de limão e azeite e coloque na assadeira.

Leve ao forno e deixe até que esteja bem dourado e macio.

Deixe repousar por 10 minutos e finalize o molho, descartando a gordura da assadeira, juntando vinho branco, raspando o fundo, acrescentando um pouco de água, temperando e coando.
Já o risotto de castanhas foi feito pra aproveitar sobras natalinas.

Basta refogar castanhas portuguesas cozidas e sem casca numa frigideira com um pouco de açúcar, sal, pimenta por 1 minuto e acrescentar nozes grosseiramente picadas junto com um ramo de endro. Retire do fogo e reserve.

Faça um risotto como de praxe (cebola, arroz, vinho branco, caldo legumes) e após 10 minutos, junte as castanhas e nozes reservadas.

Finalize com parmesão e manteiga.

Resultou num prato lindo e muito saboroso mesmo.

Tomamos um vinho tinto Pinotage/Shiraz Leopards Leap 2008 South Africa que foi “domado, … the lion and hard…, felito, sincopado”, segundo os amigos desde criancinhas, nós mesmos.

Sobremesa – Torta de Chocolate e Canela.

Mais uma do menu “requintado”.
Uma massa básica de torta (farinha de trigo, açúcar, chocolate em pó, canela em pó, fermento e manteiga), amassada e levada a geladeira.

O recheio é feito com 2/3 de xicara de leite aquecido junto com 1/4 de xícara de açúcar levados ao fogo até ferverem.
Junte 70 g de manteiga, 1 colher de sopa de mel, 200 g de chocolate meio-amargo em pedacinhos e 1 colher de chá de canela em pó.

Retire do fogo, aguarde uns 5  minutos e adicione 3 ovos até incorporar bem.
Aí é só rechear a massa ainda crua e levar ao forno numa forma com o fundo removível.


Pronto! Uma torta de chocolate e canela requintada.

Eis a opinião dos Friends:

Comida untuosa e suntuosa. Um verdadeiro espetáculo com destaque pra Anna, a Codorniu. (Edu)
Combinação perfeita! Mas o risotto arrasou e o frango bombou! (Mingão)
Magnífico e delicioso jantar. rsrsrs (Deo).

 “Sem dúvida é uma obra das mais sociáveis, com receitas muito boas e dicas preciosas – por exemplo, como consolar o cozinheiro quando a sua torta quebrar: os amigos não ligam pra isso”.

Se o pessoal do Paladar disse isso, eu assino embaixo!

Grande livro, grandes amigos.

Bye.

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Há 14 comentários

  1. Para quem nao estava inspirado….
    Achei divertido o “Marilia Pera de Cordoniu”
    Ainda bem que o menu foi requintado e nao requentado! Agora, esse frango, pelas fotos, nao precisava nem requentar. Comeria frio mesmo no dia seguinte.

  2. Eymard, pensei a mesma coisa: ainda bem que Edu não estava inspirado, com vontade de cozinhar… rs rs Eu, quando não estou inspirada, uso minha apostila de delivery. Quando estou, também. Uso a inspiração para decidir para qual restaurante ligar :- ) Edu, essa sobremessa… Que vontade!

  3. Ahh Edu, isso que vc não estava com vontade, né!?
    Imagina se estivesse??!
    Sensacional!!! Adorei a torta, o risotto… tudo! To aqui com água na boca e cheia de vontade de fazer tudo!!!
    Bjos para o casal de muito bom gosto!

  4. Lindas fotos! Muito bom o texto de fato inspirador da Heloisa. Lembrei-me de um texto da viúva Cliquot explicando as situações que a fazem tomar champagne!
    Edu, vc reuniu amigos, se inpirou em presente de amigos, e concretizou tudo com inspiração de sobra. Que torta de chocolate! Vou experimentar nesse Carnaval, degustando as portônicas, enquanto preparo essa torta. Valeu pelas receitas.

  5. Edu, querido!
    Vi a chamada lá no Facebook e deixei até comentário. Não sabia que estava fazendo parte da sua sua inspiração.
    Adorei essa sua falta de imaginação e vontade!
    Pelo menos no quesito “selecionar receitas” você estava ótimo, e tudo ficou tão lindo e com cara de bom, que inspira qualquer um .
    As fotos, como sempre, estão lindas! Os comentários de vocês sobre os vinhos e o menu, hilários.
    Aquela concha derramando molho no frango, de dar água na boca.
    E esse risoto, o que deve ser bom…
    Feliz em saber que o livro vale a pena e serviu de inspiração!
    Muitos beijos e muitas saudades.

  6. AMEIXINHA

    Pior que é isso mesmo, quando não estou com vontade de comer, não tenho vontade de cozinhar. Entendi direito a má vontade do Edu. Tem dias que só com muuuuuuuuuuuita inspiração para ir para a cozinha. Nesses dias rola o mínimo, quase sempre uma saladona.

  7. Só não faço uma portônica agorinha mesmo, porque não tenho tônica. Ainda bem!
    Mas amanhã, vai ser outro dia…

  8. Detalhe, esqueci de dizer que ri muito com o frango chapado !!! Pensei que precisaria de algum ingrediente especial (rs).
    Minha irmã vai ao Mani e, com base nas suas dicas, já disse a ela o que pedir. Não vejo o dia de ir a SP e passar no Mani.
    Bom Carnaval pra vc, Dé e Re!

  9. Edu, o bolo de batata é tentador, vou fazer sim.

    Vi agora sua resposta no post sobre o Il Coriondolo.É claro que fiquei encantada com sua manifestação, você é muito generoso e receptivo, não precisa ficar com ciúmes não, hahaha!

    Sueli, fiz a panacota, no sábado à noite. Segunda-feira, pela manhã, a travessa estava limpa. A geléia? Quatres fruits rouges!!!!

    Abração

  10. Sócio, a falta de inspiração foi só momentânea e inicial.
    O frango estava delicioso mesmo.

    Drix, não sobrou s algum. Afinal de contas, nós sabemos o porque de você dizer “sobremessa”, né Carlos?

    Carol, então aproveite o Carnaval e faça tudo. rs

    Madá, faça as portônicas e cuidado, pois viciam!

    Lu, nada como alguma referência seinfeldiana, né?

    Ameixinha, acabou sendo exatamente o que eu fiz.

    Sueli, foi mesmo. O Jorge e você salvaram a noite. Afinal de contas, é pra isso que servem os amigos, né não?
    Quanto a vontade, eu sempre reclamo um pouco, mas depois que o processo começa, o prazer é imenso.
    Às portônicas carnavalescas, então.

    Madá, o frango e o cozinheiro estavam chapados! rs
    Quanto ao Mani, é só avisar quando vocês vierem!!

    Mara, o bolo é batata! Assim como a pannacotta da Sueli.

    Sócio, então falta fazer o Bolo! Olha o ISBH!!!

    Abs amistosamente momescos pra todos.

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