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dcpv – da cachaça pro vinho – o ano da frança no brasil

número 217
03/06/09

dcpv – O ano da França no Brasil

Sabe aquelas biografias não-autorizadas?

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Pois é o que eu (quase) vou fazer por aqui. Todos estamos ouvindo em todos os lugares: é o ano da França no Brasil. E este evento está realmente acontecendo em todos os segmentos culturais: música, cinema, literatura, dança e especialmente na gastronomia.
Ôpa, gastronomia é o nosso ramo!!

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Então, já que está na moda, porque não fazer uma versão não-autorizada dum menu do Ano Francês no Brasil? E melhor ainda, escolhendo receitas (no site do GNT) do representante legítimo do Francês no Brasil : Claude Troisgros.

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O Claude é o que podemos chamar de “França no Brasil” mesmo e suplantando isso, ele já é mais até um “Brasil na França”!

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Com este espírito, vamos à noite do Ano da França no Brasil aqui no dcpfv ( De Cannes Para Ferraz de Vasconcelos!).

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Pra abrir os trabalhos, um belíssimo Kir Royal. Simplesmente licor de Cassis e espumante (tudo bem que era um argentino, mas eles não se acham europeus?), que disse um “bon apetite” e soltou vários “uh-la-las” dos presentes, além das borbulhas!

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un – Coxas de Rãs e Sauce Vert

O “sauce é vert” porque só tem verduras e ervas.

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Azedinha, salsa crespa, estragão, sálvia, tomilho e alecrim. Todos da minha horta. Somados a espinafre e selados na manteiga durante 5 minutos. Temperados com sal e pimenta e adicione limão.

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Já as rãs (pra quem nunca comeu e gosta de frango, aconselho experimentar. Tem no sex shop) são temperadas e passadas na farinha de trigo. E parecem bailarinas de can-can!!

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Foram fritas em manteiga espumante por uns 5 minutos.

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Pronto. Coxas de Rãs com Sauce Vert. Delicieux!

deux – Quiche de Bacalhau

Quiche todo mundo já fez (e se não fez, certamente vai fazer). Vou resumir um pouco porque esta receita é graaaaaaaaaande!
Faça uma massa com manteiga, gema, ovos, leite, farinha de trigo, sal e que fique bem compacta. Coloque numa forma untada e leve a geladeira.

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Cozinhe bacalhau em leite e água, desfie e reserve o leite. Asse batatas em papel alumínio e corte em rodelas.

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Puxe alho porró no azeite. Corte ovos cozidos em rodelas. Doure cubos de paio numa frigideira e caramelize cebola roxa com a gordura do paio.

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Finalmente (ufa!), o creme. Queijo suiço ralado, ovos, leite do cozimento do bacalhau, leite e noz moscada.
Pra montar, colocar na forma com a massa, um fundo de batatas. Acrescentar o bacalhau, o paio, a cebola e o alho poró. Cobrir com o creme e finalizar com ovos e azeitonas. Assar por 12 minutos  a 200ºC e por mais 30 minutos a 180ºC. Desenformar frio!

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Esta entrada montada não fica nada a dever a uma bela obra do Louvre.

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Acompanhamos com um lindo francesinho, um tinto Chateau Toutigeac Bordeaux 2006 que foi “honesto, mademoiselle, qu’este quecequecessi?, competente” segundo os combatentes da Resistência, nós mesmos!

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Trois – Filé de Robalo com Crosta de Limão Confit e Molho de Alecrim, Espinafre e Vinagrete de Bergamota.

Este prato representa (e muito bem) a parte litorânea francesa. Ah! A Cote d’Azur, a Riviera Francesa. Um robalo (vou insistir, o frango dos peixes) frito no forno e com uma crosta que é maravilhosa.

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Ela é formada por manteiga, alecrim, cebola picada, lascas de limão confitado ( uma outra receita do Claude e que eu fiz há um tempão), farinha de rosca, sal e pimenta (“da moinho”) à gosto.
Temperei as postas do robalo com sal e pimenta e coloquei a crosta sobre os filés.

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Aí é só levá-los ao forno (180ºC) numa assadeira untada até que o peixe cozinhe e a crosta fique tostada (+ ou – uns 10 minutos).
O molho é um vinagrete de tangerina. Facílimo de fazer, mas suficientemente marcante pra dar um toque “citron” no robalo. Sucos de laranja e limão siciliano misturados a azeite, tomilho fresco, alecrim picado, alho picado, sal, pimenta e tangerina, é claro!

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Pra dar um colorido e “abraçar” o robalo, um espinafrinho na manteiga com um pouquinho de alho, sal e pimenta.
Finalizar com a montagem do prato.  Espinafre como cama, robalo como lençol e molho como cobertor . É uma cama francesa e das boas!

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Pra fazer uma passagem da França pro Brasil, tomamos um Lídio Carraro Assemblage 2002, diretamente do Vale dos Vinhedos. “Robalesco, bondaleso e gentil” foi o que dissemos dele. A Dé, a esta hora, já tinha aproveitado a cama do robalo e ido dormir.

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catre – Cartola

E já que estamos falando sobre o ano da França no Brasil, escolhi uma sobremesa tipicamente brasileira: Cartola. Inclusive, ela já foi feita aqui, no 6º Inter Blogs, o da Márcia.

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Mais uma vez, o efeito dela foi positivo! Banana, manteiga de garrafa, mel, suco de limão, pimenta calabresa, queijo de coalho, açúcar granulado (o gay), conhaque, canela, rapadura e castanha de caju.

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Uma mistureba nordestina numa maison. Formidable.

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Eis a opinião dos 3 mosqueteiros:

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O ano da França em Ferraz. (Edu)
La vie en rose. (Mingão)
Parfait! Magnifique! (Déo)

Pra completar, fomos ao Laboratório Paladar, assistir a um work-shop com o próprio Claude e o filho dele, o Thomas.
A aula foi sobre uma espuma de pequi (que incrivelmente desandou!!) meia-boca, mas só o fato de conversar e tirar uma foto com ele já valeu.

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Enfim, o Ano da França no Brasil começou efetivamente aqui no dcpvV. Vamos aguardar o restante das atrações.
Quem sabe uma outra fera, por exemplo o Bassoleil não passe de novo por aqui?

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Au revoir !

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Há 12 comentários

  1. Afff, que eu estou insuportável! Dividindo um post com meu amado-salve-salve Claude? Uaaaauuu!!!
    kkkkkkkkk
    Tudo bem q a cartola é de PE, e nào minha, ams nesse caso eu vou fingir que é minha memso….
    kkkkkkkkkk
    Vamos combinar: ainda bem q desandou, pq espuma de pequi… sei não, mas eu não achei uma boa ideia, viste? 🙂
    O melhor deve mesmo ter sido conhecer o frrrancês lá.
    Abraços!

  2. Ohhh mon dieu de la France 🙂
    Râs? Eu nunca tinha visto tal coisa… sei que se comiam perninhas de rãs mas nunca pensei vê-las por aqui he he
    Tem aspecto de carne de coelho! Eu não sei se seria capaz de provar|

  3. Edu,

    Esse robalo vai ao forno sobre o molho de tangerina? A crosta vai sobre o robalo, certo? Tenho tentado aperfeiçoar minhas quase nulas habilidades culinárias, por isso preciso de tudo bem explicadinho. Parabéns pelos posts. A quiche nunca fiz, mas quero fazer. Será que um dia, rola a receita enoooorme completa? Obrigada,
    Anna Francisca

  4. Ah Eduardo, que vontade de aí estar e que festança magnífica!

    Se aí estivesse tinha finalmente provado essa “cartola” que me persegue há anos e que nunca consegui fazer por dificuldades….. semânticas!!! 🙂

    Em toda a receita de cartola, aparece sempre algum ingrediente muito estranho (aqui deste lado, claro).

    Que é isso de rapadura? eheheeh não imaginas o que rapadura pode ser por aqui e também, tenho a certeza que não ias gostar!! 🙂 Abraço

  5. Eduardo,

    parabéns pelo blog e obrigado pelo comentário deixado no “frango com banana (Adega M)”. Tbém adorei Montalcino e principalmente as vinícolas de lá…

    seu blog é sempre uma verdadeira “viagem enogastronômica!”… adorei!

    abraços e sucesso… e aguardo seu retorno por lá!

    Marcel Monteiro

  6. Márcia, vamos combinar o seguinte : o Claude dividiu este post com você.
    E fazer espuma de pequi ainda vai; o que não vai é o homem errar a espuma e ainda colocar a culpa no filho !

    Ameixa, é quase um coelhango, uma istura de coelho com frango! E caho que você comeria, sim.
    E já estamos nos preparando pro teu Inter Blogs, o Minhoto que faremos na próxima quarta (17/06).

    Luciana, valeu para ter certeza de que o Claude realmente existe!

    Patricia, coma porque é muito bom. E a Dé, a nossa fotógrafa preferencial, agradece!

    Anna, como eu já te respondi, o molho é colocado só no final e o robalo vai somente com a crosta por cima ao forno. AS receitas estão completas no site do GNT.

    Prof Michel, esta foi somente uma tirada com nuestrs hermanos.

    Luís, não será por falta de convite que voc^não virá comer por aqui.
    E quanto a rapadura portuguesa, aguardo esclarecimentos !! rsrsrs

    Marcel, pode deixar que eu estou sempre acompanhando o execelente Frango com Banana. Ainda mais quando o assunto é a Toscana.

    Abs a todos.

  7. Vou tentar esse quiche. Não é possível que não fique a “la Ferraz de Vasconcelos”. Tenho impressão que tinha alho poró, fatiado, numa das fotos.
    Colocar a massa do quiche no refrigerador antes do recheio foi informação nova para mim.
    Piqui tem espinho até na alma. Nunca tentei comer.
    Liliane

  8. Liliane, o problema será reproduzir as CNTP de Ferraz de Vasconelos ! rs
    E o alho porró foi colocado no quiche quando da etapa das camadas.
    Este pequi é domesticado. Vem em vidros !! rsrs

    Abs

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