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Dia tres – Espanha – La Rioja – Vinhos, bodegas,comida; olé!

O clima aqui na Rioja é muito bom pras uvas (e consequentemente pros vinhos), mas bem estranho pra nós, os humanos.

Afinal de contas, saber que cedinho estará um vento frio (uns 15°C) e que a tarde irá pra quase 30°C pra cair pra 15°C a noite de novo não é fácil, não!

Mas acredito que os resultados etílico e estético compensam.

Acordamos não muito cedo, tomamos um café no hotel e fomos pra Santo Domingo de la Calzada, um cidade bacana não muito grande (~6000 hab) e a uns 50 km de Elciego.

Porque fomos parar lá? Por 3 razões:
1 – Porque é uma paradas mais importantes do Caminho de Santiago e a Dé é fã dele, apesar de abominar a idéia de andar tudo aquilo.

2 – Pela história legal do próprio Santo Domingo de la Calzada que foi o peregrino que fez o milagre do galo e da galinha. Resumindo: um rapaz foi julgado e morto por um crime que não cometeu. Santo Domingo (que não era santo ainda) o ressucitou e o rei, ao saber do fato disse que só acreditaria se acontecesse o mesmo com as aves assadas que estavam na sua frente. Não precisa nem dizer que os “penosos” sairiam batendo as asas, né?

3 – Porque eu cismei com a cidade e quando eu cismo… rs

Demos uma boa volta em tudo, passamos pelos paradores e entramos na catedral onde além dum ótimo museu, vimos a dupla galo/galinha ao vivo  e em cocoricós (eles são trocados a cada 15 dias).

Dali fomos pra Logroño ou melhor, um pouquinho além, pois tinha reservado um programa enoturístico duplo: fazer uma visita guiada e almoçar no restaurante das Bodegas Darien.

Participamos dum pequeno drama já que estávamos na estrada expressa passando ao lado do bonito prédio da bodega, mas não conseguimos acessá-lo. Louve-se a tremenda cara-de-pau do seu Joaquim do GPS que nos levou a esta localização e simplesmente nos disse: “você chegou ao seu destino” quando não podíamos chegar à propriedade já que não existia a tal entrada. Ficamos com vontade de mandá-lo entrar na “segunda da rotunda”. 🙂

Tivemos que andar mais uns 30 km até conseguirmos chegar a um retorno. É claro que atrasamos e perdemos a visita, mas foi bom porque descobrimos que gastaríamos 1,5 hs só pra nos informarem aquele blá-blá-blá todo sobre mosto, garrafas, rolhas, etc (de vez em quando acho que a Re é que está certa quando diz que estas visitas são sempre iguais. 🙂 )

Em vez disso (e como estávamos adiantados pro almoço que era as 14:00 hs), resolvemos fazer um minitour por conta própria onde vimos uma exposição com talvez a maior quantidade de moringas do mundo, …

… entramos tanto no espaço dos tanques de aço, …

… como no das “botellas”, …

… dos barris de carvalho …

… e pronto!

Fomos direto pro aconchegante restaurante que tem uma vista maravilhosa das videiras.

Pedimos a la carte, pois queríamos alguma distância de menus-degustação.

A Dé pediu croquetas de jamon ibérico (guia 4quetas: 10) …

… eu, um pulpo asado com cremoso de patata (ai, meus “figuinho”!).

Todos muito bons, isso sem contar com o pãozinho que era excelente.

Pra beber, um vinho da casa, o Darien Gran Reserva 2005.

Estávamos um tanto quanto empanturrados, mas insisti com os principais e aí começou o erro.
A Dé quase que obrigada por mim pediu um risotto de romescu, cigalitas e langostinos (risotto? Espanha? cuma?) …

… e eu, um rabo de toro relleno de hongos, dois pratos legais, mas que não caíram muito bem.

A sobremesa seria impossível de ser comida, portanto pedimos 2 cafés e fomos embora, pois tínhamos compromissos inadiáveis.

O primeiro seria conhecer intimamente a Bodega Ysios, que fica pertinho de Laguardia.

O prédio foi projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava e é impressionante.

Quanto mais você se aproxima dele, mais deslumbrado fica.

Sabe aquelas fotos em que você aumenta o tamanho até que os pixels desencaixem um dos outros e fiquem quadrados? Pois é isso!

Tudo é tão fotografável que …

… fica difícil escolher o melhor ângulo.

Vou ficar com o conjunto da obra.

Mais uma pequena correria e voltamos ao hotel pra fazer, aí sim, uma visita guiada. Não se esqueçam que além do belo hotel projetado pelo Frank Gehry, a Marques de Riscal é uma bodega espanhola de procedência.

E o tour é uma beleza, pois além de ter todas aquelas informações sobre mosto e blábláblá, você literalmente entra no processo todo.

Passeia pela recepção e descobre como são as máquinas de esmagamento das uvas.

Entra na sala dos tonéis de aço (com aquele cheirinho vinhático prazeroso) …

… e anda no meio das envazadoras de garrafas e dos tonéis (a Dé pediu cápsulas pro scrap e conseguiu).

Além de entrar em lugares históricos como as adegas subterrâneas onde os vinhos descansam e passar pela safra do Rei (e não é o Betão, não), …

… caminhamos pela catedral, um lugar onde existem garrafas de todos os vinhos produzidos desde 1860.
São 200.000 delas e que só são bebidas em algum acontecimento importante (não, eles não consideraram importante a visita da delegação ferrazense!).

Isto sem contar que eles tem quase 10 milhões de garrafas já envasadas e estocadas. Ao custo (barato pra nós) de 20 euros por cabeça, dá pra se ter uma ideia de quanto eles tem de estoque, qualquer coisa acima de 200 milhões de Euros.

Subimos pro nosso quarto cruzando com o que já é mais uma tradição nas nossas viagens: um casamento.

Sabe que deve ser bem legal casar numa vinícola, ainda mais nesta? Aposto que o vinho não correrá o risco de acabar com a quantidade de garrafas que existem no estoque.

Além da facilidade do hotel estar muito próximo. Pronto! São 20:00 hs, o sol está a pino e precisamos tomar banho, nos trocar e passear pelas cidadezinhas da região. Vamos escolher a olho!

Resolvemos primeiro conhecer Elciego.

Completamente pequena (pequena mesmo: 1000 habitantes) e muito charmosa.

Sabe aquelas cidadezinhas em que os habitantes vão até os barzinhos, só pra levar um papo e tomar algumas taças de vinho?

É lá. E ainda por cima tem um ar romântico e antigo na medida certa, além de proporcionar uma vista diferente do hotel.

Resolvemos dar um passada em Laguardia que também é muito bonita, mas muito mais muvucada.

E estava mesmo com o advento da Festa de San Juan. Gente até não querer mais (mais ou menos umas 200 pessoas) e certamente bebendo por 1200.

Resultado? Voltamos ao hotel pra experimentar o último espaço que ainda não tínhamos ido. A vinoteca.

Só que eram 23:00 hs e estava fechando. Conversamos com a atendente e ela, além de nos servir, ainda facilitou muito as coisas. Tais como nos colocar lá fora, de frente pra Igreja de Elciego, num anoitecer imperdível.

A comida foi absolutamente trivial. Croquetas (aquela mesma que já levou duas vezes nota 10 no guia 4quetas), …

… um sandubão misto (só que com pata Negra e queijo Manchego) acompanhado de batatas fritas …

…  e um prato de queijos espanhóis (tudo bem que não são tão bons quanto os portugueses, mas …).

O fato inusitado foi termos bebido um vinho com uvas que nasceram exatamente no quintal do hotel, ou seja ali ao lado, o Finca Torrea 2006. Sensacional.

Pronto. Amanhã iremos pra perto de Bordeaux, França (não fiquei maluco, não).
Esta eu conto no próximo post.

Au revoir.

Acompanhe os dias anteriores da viagem:
Dia Uno – Espanha – La Rioja – Marques de Riscal, o hotel.
Dia Dos – Espanha – La Rioja – Museu do Vinho e cidadezinhas bacanas
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Há 6 comentários

  1. Pulpo? Croquetas? Nossa, que novidade (rs). Croquetas de pulpo! Essas sim, uma novidade. Será que eles fariam croquetas de duck? (rs). Acho sempre incrivel nessas cidadezinhas de 1.000 hab. hoteis e lugares maravilhosos. Por outro lado, quando vi a foto achei que estava desfocada. Incrível aquela fachada. E assim, olhando só para a superficie, dá para acreditar que a Espanha esta quase quebrada? Que Zapatero esta entregando os pontos (antecipando saída)? Que tem indice acima de 20% de desemprego? Vamos exportar croquetas…(rs).

  2. mais um comentário: aquele misto quente de pata negra e queijo manchego deve ter sido um espetáculo. Eu adoro misto, ainda mais com essa qualidade de ingredientes..hummm…

  3. ah, mais uma coisa: acho que vou plantar umas parreiras por aqui. Afinal, 15-30-15 de temperatura? Isso é Brasilia! rsrsrs

  4. Sócio, pulpo e pato! Que tal uma croqueta de mar e terra (pato é ar? rs)
    Olha, estando lá, percebemos algumas reclamações, mas quebrar mesmo …
    Sabe que quando eu li no guia, também achava que os galináceos eram os mesmos! 🙂

    Abs riorrianos pra você.

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