28/06/11
Dia ocho – Espanha – País Basco – San Sebastian do Rio de Janeiro?
Este foi o primeiro dia passado totalmente em San Sebastian, a famosa Donostia em Euskera, a enigmática língua dos bascos.
O dia amanheceu broncolhaço. Muita garoa e uma temperatura bem mais baixa do que o habitual (algo em torno dos 18ºC).
Tínhamos programado passear pelo centro e depois disso, conhecer algumas cidades praianas próximas.
Com este tempo, mudamos os planos e fizemos a coisa mais viável turisticamente falando.
Entramos no onibus double-deck da Bus Turistikoa que faz o drop on/ drop off pelos pontos turísticos da cidade.
Como ele é providencialmente coberto, quebrou o maior galho.
Passeamos por tudo o que foi lugar e …
… marcamos de voltar a tarde pra descobrir o Peine del Viento.
Antes, conhecemos o Mercado de La Bretxa. É um lugar antigão, muito bonito e com tantos produtos bacanas que vale um pequeno fotoblog:
E ainda tínhamos algumas outras obras de arte pra comer no almoço lá no Martín Berasategui (desculpem, mas esta aventura gastronômica será contada separadamente no próximo post).
Voltamos do almoço e embarcamos novamente no Bus Turistikoa.
Pra descer na ponta da praia de Ondarreta onde está localizado o emocionante Peine del Vento, de autoria do Eduardo Chillida.
Infelizmente não pudemos visitar o Museo Chillida-Leku que está temporariamente fechado devido a problemas com o governo.
A ideia toda é fazer com que as características do mar daqui (muito bravo) e do tempo (muito vento) sejam os motores da obra de arte, …
.. que são estes aros de ferro encrustados nas pedras.
Caso aconteçam fortes movimentações destes acidentes naturais, você verá a água do mar passar por eles e ouvirá o zunido do vento, ou seja, verá e ouvirá o vento ser penteado.
Bacana e poético, né?
Demos mais uma passeada pela praia, …
… vimos alguns belos castelos …
… e passamos mais uma vez pela Parte Vieja, o lugar mais vibrante da cidade.
Voltamos ao hotel pra nos prepararmos pro jantar (sim, a gastronomia por aqui é realmente muito boa e portanto, come-se muito e bem nestas plagas).
Desta vez, escolhi meio que por simpatia o restaurante Mirador de Ulía.
San Sebastian é corcoveada por 2 montes: o Igueldo e o Ulía, onde se encontra o restaurante.
Gostei bastante da localização do lugar e é claro que também do fato dele ter ganho a sua primeira estrela no Michelin. Só o caminho pra se chegar vale uma novela.
São alguns km de muitas curvas duma estrada estreita e cheia de charme.
Quando se aporta, bem no topo do Monte Ulía recebe-se a recompensa: esta vista maravilhosa.
Chegamos e fomos alojados na melhor mesa que fica exatamente no canto em que se tem uma visão completa da cidade e do mar.
E não é que após dois dias de céu nublado, acabamos vendo um lindo por-do-sol …
… com direito a vários tons de laranja, …
… e até aquele famoso buraco nas nuvens?
Embasbacados com a beleza do lugar e com a exuberância da natureza, recebemos os menus, olhamos um pro outro e falamos: outro menu-degustação? Não vai dar! rsrs
Afinal de contas, vínhamos de um de 18 pratos no Mugaritz na noite anterior e um de 11 no Berasategui no almoço de hoje.
Portanto, pedimos à la carte. A Dé escolheu como entrada o tradicional e atualizado prato de fritos de la casa. Camarões, croquetas (guia 4quetas: 10), vegetais: estava tudo lá.
Eu fui tradicional ao extremo e pedi algo que ainda não tinha experimentado: o famoso jamon Joselito (nada a ver com o sem-noção), a Ferrari dos presuntos espanhóis.
O problema é que o chef quis mostrar serviço e nos mandou dois amuses que não estavam no programa. Uma gelatina de atum com espuma de alho poró …
… e um falso ovo com toucinho e batata frita.
Ambos deliciosos, mas totalmente fora dos nossos planos. 🙂
Pedimos um copo de vinho pra cada um (branco pra Dé e tinto pra mim) …
… e continuamos dando uma de voyeur com o entorno .
Principais? Tínhamos que escolher e a Dé apelou pra merluza, a coringa de todas as horas. Esta veio com bombilla de cebolleta, arena de mejillón e alioli.
Eu comi um cochinillo asado con crema acida y canelón de calabaça y quínoa, um incrível leitãozinho pururucado.
Estávamos realmente no limite, mas mesmo assim pedimos uma mini-degustação de sorvetes como sobremesa pra nós dois.
E não é que o chef mais uma vez nos mandou um agradinho? Era um sorvete de rosas com uma farofa de textura de areia. Esquisito e bom, mas tínhamos passado da medida.
Foi quando os nossos 3 sorvetes chegaram. Baunilha, framboesa e iogurte eram os sabores e todos complementados com especiarias. Muito bom, mas …
Assim como muito bom foi ter pedido a conta e saber que ali embaixo, a uns 10 minutos ficava o nosso hotel e consequentemente, a nossa caminha.
Olha, foi uma noite incrível, numa local proporcional e melhor, numa cidade espetacular.
San Sebastian realmente é a meca dos gastronômos pra quem quer comer bem e atualizando-se, tem que incluí-la numa próxima viagem, não esquecendo da incrível semelhança geográfica com o nosso Rio de Janeiro.
Buen provecho !
Acompanhe os dias anteriores da viagem:
Dia Uno – Espanha – La Rioja – Marques de Riscal, o hotel.
Dia Dos – Espanha – La Rioja – Museu do Vinho e cidadezinhas bacanas
Dia Tres – Espanha – La Rioja – Bodegas maravilhosas e arquitetura não menos
Dia Cuatro – Espanha e França – La Rioja e Bordeaux – Final de semana em Martillac
Jour Cinc – France – Bordeaux – Passeando e entrando no mundo dos Premieres Grands Crus
Dia Sei – França e Espanha – País Basco – Você sabe o que é euskera? Pintxo você sabe, né?
Dia Siete – Espanha – País Basco – Guggem..heim?
Adendo do dia siete – Espanha – País Basco – Restaurante Mugaritz
.
Há 5 comentários
Edu,
Daqui a dez dias irei de São Sebastião para San Sebastian, percebo que vou passar muito bem. As dicas serão aproveitadas, literalmente.
E corcovearam para retornar para o hotel (rs). Fui lendo como se nao soubesse nada dessa historia e quando vi que voces corcovearam para chegar ao jantar….depois do almoço no Berasategui….pensei: xiiii…nao vai dar certo! (rs). Toda viagem tem programaçao (planejamento) e improvisaçao, nao tem jeito. Agora vamos aguardar o post do almoço.
Edu
Eu tinha até esquecido do quanto San Sebastian era bonito!
E lembra realmente o meu Rio…
Só tinha não lembrava do vento, risos.
Mais um belíssimo post!
Bjs.
Vera, a esta hora você deve estar no País Basco. Por favor, conte-nos como foi.
E boa viagem.
Sócio, corcovear? Não. Fomos altruístas e bravos. Até o fim! 🙂
Beth, é um Rio com vento! E, de vez em quando, o carioquês parece o basco!
Abratxos e beitxos pra todos